
Hoje Tony Miranda, colou grau recebeu seu Diploma de Bel. em Direito, mais um da familia com terceiro grau completo, já tem OAB de Estagiario no ano que vem terá difinitiva grande Advogado, parabéns.
A lógica de consumo - Política
Toda liderança política torna-se logo um produto, nas votações escolhemos personagens, votamos em uma imagem, não em uma ideia.
As pessoas precisam menos dessas figuras e mais de conscientização, ao invés de dirigentes, lideranças e salvadores da pátria, precisamos formar cidadãos críticos, aptos a participar e a contribuir ativamente das decisões do governo.
Precisamos da conscientização, por exemplo, de que essas figuras resultam de campanhas eleitorais milionárias, cujos patrocinadores não são tão altruístas quanto à imagem que fazem de si.
Hoje em dia tenta-se pôr em evidência a imagem de que os políticos são os responsáveis pela corrupção, mas se esquece de culpar também o modelo que os corrompem: os mais diversos e conflitantes interesses econômicos sobrevalorizados de tal forma que confundem-se com o público.
Entramos assim na questão central: a lógica de consumo só é institucionalmente respaldada com sua validação no meio político. Assim, esses mesmos interesses transformam as campanhas políticas em campanhas publicitárias, o político torna-se um produto, desse modo, alguns consomem Dilma, outros Aécio, outros Marina, tantos outros ainda, tiriricas, romários e schwarzenegger´s. Essa é a participação política que nos cabe: escolher dentre esses perfis o que mais se identifica conosco.
Os políticos tornam-se meros intermediários entre os interesses corporativos e a população. O povo - demos - não participa das decisões públicas, espera apenas que algum político decida por ele. Em teoria é como se elegêssemos consultores políticos hábeis a concretizar nossos interesses, mas na prática escolhemos apenas a melhor campanha publicitária, o personagem criado pela propaganda eleitoral que mais nos representa.
Vivemos muito próximo a uma corporocracia - corporatocracy - tal como entendia George Monbiot, propagador do Global Justice Movement. Monbiot aponta uma terceira via entre o capitalismo e o socialismo, denominando-a de Global Justice, um sistema político que realmente promova a participação direta do cidadão nas decisões públicas.
Durante a Guerra do Peloponeso em Atenas, berço da democracia, foi instituído um pagamento aos cidadãos mais pobres para que estes comparecessem em peso nas assembleias, local onde eram discutidas e votadas as decisões públicas. Ou seja, o conhecimento era algo realmente difundido e compartilhado na cidade, de modo tal, que até o cidadão mais pobre competia em pé de igualdade com qualquer aristocrata. Não esqueçamos que Sócrates era pobre e que Diógenes vivia em um barril. A cidade então precisava pagar uma quantia - para restituir o dia de trabalho perdido - apenas para ouvi-los, para que pudessem contribuir, porque suas opiniões e seu voto eram de fato importantes.
Um estado justo é aquele que democratiza o conhecimento, justiça social é distribuir conhecimento não apenas renda. Esse deveria ser um projeto de estado, não de governo, independente de Partido A ou B, deveria ser um projeto de nação. Aqueles que detêm o conhecimento são os que mais têm responsabilidade nisso, deveriam descer do trono acadêmico e, de fato, compartilhar seu conhecimento com a sociedade.
Quando chegarmos ao ponto em que se precise pagar a um cidadão pobre, para que ele discuta e participe das ações e decisões da cidade. Teremos chegado em algo próximo àquilo que os gregos chamavam de democracia.
Postado por Túlio Madson http://tuliomadson.blogspot.com/
Carlos Miranda Lima Filho.
DRT 1422