A seca atual se assemelha ao cenário registrado a partir de 1962.
Essas previsões se baseiam num estudo mensal sobre ocorrência de chuvas mantido pelo físico e professor associado da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Carlos Molion. PhD em Meteorologia pela Universidade de Wisconsin, Molion fez palestra ontem, no penúltimo dia da nona Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães, a 900 quilômetros de Salvador.
Segundo o docente,
os fenômenos meteorológicos se repetem em ciclos, determinados por
ventos, temperatura do mar, ciclos da lua, gás carbônico e metano
expelidos naturalmente por solos e oceanos.
Os modelos de previsão meteorológica não funcionariam em razão de não estarem habilitados a traduzir essas mudanças naturais. “Se os modelos fossem bons teriam previstos a seca na Bahia”, disparou.
Com modelo próprio, que se baseia em dados como a
temperatura do Oceano Pacífico (que ocupa 35% da superfície terrestre),
Molion avalia que a estiagem rigorosa não se repetirá ano que vem, mas
podem voltar a acontecer daqui a dois ou três anos, exigindo de produtores e agrônomos a adoção de técnicas adequadas aos novos volumes de chuva. “Dificilmente temos dois anos de estiagem”, observou.
“Na década de 60, em 62 tivemos estiagem forte, que não aconteceu em 63 e 64, mas voltou em 65, com menos intensidade”.
“Na década de 60, em 62 tivemos estiagem forte, que não aconteceu em 63 e 64, mas voltou em 65, com menos intensidade”.
Por outro lado, Luiz Carlos Molion vê dificuldades em se prever a
intensidade das chuvas no oeste baiano, em razão da falta de dados por
mais de 20 anos.
A estimativa dele tem relação com o cálculo de probabilidade, mais
preciso tanto maior for a base de dados pesquisados. Ainda segundo o
palestrante, nos próximos anos teremos duas a três ocorrências de seca
com a gravidade atual.
Tese será levada para a Rio+20
Polêmico, o físico pretende levar para a Conferência Rio+20 a tese
de que a elevação na emissão de gás carbônico é positiva, não impactando
nas instabilidades climáticas.
“O nível de gás carbônico é atualmente baixo. Vamos botar gás carbônico na atmosfera que a agricultura
vai precisar e já temos 7 bilhões de pessoas para alimentar. Invocando
dados de satélite, Molion destaca que nos últimos 30 anos “se você
tirar os El Nino e recalcular a tendência, verá que o clima está ficando
mais frio ou próximo da estabilidade”.
Segundo ele, após a segunda guerra o desenvolvimento industrial elevou o volume de CO2 de 300 para 390 partes por milhão e, ainda assim, a temperatura caiu.
Segundo ele, após a segunda guerra o desenvolvimento industrial elevou o volume de CO2 de 300 para 390 partes por milhão e, ainda assim, a temperatura caiu.
O pesquisador argumenta que o aquecimento global é fruto de um
movimento cíclico, entre eras glaciais e interglaciais, que prevê a
variação de momentos superfrios com outros de maior calor. A fase atua
estaria ainda a seis a oito graus abaixo do período mais quente.Seca vai durar até outubro
Publicada:
05/06/2012 00:30| Atualizada: 04/06/2012 23:48
Adriano Villela REPÓRTER
http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=117687
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